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PGR pede ajuda internacional no caso Lussaty

 


Procuradoria-Geral da República (PGR) accionou a cooperação internacional para ajudar o Estado angolano a esclarecer o complexo escândalo financeiro e patrimonial que envolve o major Pedro Lussati, antigo funcionário da Casa de Segurança do Presidente da República.

O magistrado do Ministério Público falava em reacção à reportagem veiculada pela Televisão Pública de Angola, na segunda-feira, dando conta do desvio de avultados valores monetários em dólares, euros e kwanzas guardados em malas e carros em condomínios de luxo em Luanda e outros transferidos para o exterior do país.

O major das FAA é apresentado com bens repartidos entre carros de luxo, apartamentos de luxo, relógios de luxo, calçados de alta qualidade e marca, barcos de recreio em Luanda e no exterior do país.

Diante do escândalo, vários internautas reagiram nas redes sociais com sentimentos de revolta e indignação.

Hélder Pitta Groz disse que, tendo em conta a complexidade do caso, a PGR pediu a intervenção internacional para ajudar o Estado angolano.  "Acredito que não vai levar muito tempo para ser concluído. Agora temos é a questão dos bens. Há bens que estão em Angola e outros que estão fora do país. Já accionamos a cooperação internacional para ajudar na localização e identificação destes bens para serem apreendidos", disse. O magistrado garantiu que a instituição está a trabalhar no caso com maior celeridade e que estão envolvidos na investigação especialistas do Serviço de Investigação Criminal (SIC) e de todos os órgãos de Defesa e Segurança do Estado.

Hélder Pitta Groz disse que neste momento a equipa de investigação que está a inquirir os serviços de algumas Unidades Orçamentais da Casa de Segurança do Presidente da República para se compreender os meandros da concretização do escândalo financeiro que está a abalar o país.

Indicou que os suspeitos são militares e por isso "é necessário a mobilização de vários especialistas para se desvendar toda a verdade".

"Neste momento estamos a trabalhar com algumas unidades orçamentais da Casa de Segurança para compreendermos como as coisas aconteceram. Estamos numa fase de recolha de documentos e de outros objectos necessários que nos possam ajudar a compreender isso", disse, sublinhando que "é muito cedo para se esclarecer o escândalo" e que se está na fase embrionária do processo.

Devido à complexidade do processo, acrescentou, a PGR foi obrigada a recorrer aos especialistas de instituições como os ministérios das Finanças e da Defesa Nacional e das Forças Armadas Angolanas para que se conclua o processo de forma célere.

O procurador-geral da República disse que todas as pessoas que foram exoneradas, recentemente pelo Presidente da República, na sequência do escândalo que envolve o major Pedro Lussati são militares e por isso não deverão sair do país sem a autorização do superior hierárquico, enquanto decorre o processo de investigação.

"As pessoas que foram exoneradas são militares e os militares regem-se por regulamentos próprios. Um militar não pode ausentar-se do país de sua livre e espontânea vontade. Há regras que têm que observar e, de certeza, a sua circulação não pode ser feita de qualquer maneira. Tem que ter autorização do superior hierárquico. Enquanto a nível judicial não temos proibição de sair, mas a nível militar tem de obedecer à autorização do superior hierárquico para sair", disse.

 Comissão Inter-Institucional quer celeridade nos julgamentos

A Comissão Inter-Institucional de Análise do Fenómeno de Vandalização e Roubo de Bens Públicos recomendou, ontem, em Luanda, a todos os órgãos da administração da Justiça maior celeridade dos processos-crime que se referem a actos de vandalização de bens públicos.

 

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